quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Quando eu menos espero eu já estou dentro da montanha russa!

Últimos 5 dias de muitos altos e muitos baixos, de tirar o fôlego, o sono e dar meeedo. Será que minha vida andava tão monótona que Deus resolver chacoalhar tudo de uma vez só?Chegou o final de semana eu me esforçava pra sair da cama, pra ter ânimo, a vontade de viver que eu não tinha encontrado na última semana, nem para ir a universidade.Se não fossem meus amigos me ligarem exigindo minha presença, eu teria dormido o sábado inteiro. Saí de casa com a maior vontade de voltar pro cobertor, sentia um angústia no peito. Mas estava com elas, e depois eles, e era somente isso que importava. Mesmo que eu me sentisse estranha ainda.

Na volta pra casa eu ainda pretendia passar o domingo na cama sem companhias. Fui dormir pra fugir da angústia.2hs o celular toca e minha amiga, muito lock já, me informa que eu querendo ou não seria arrastada pela manhã para ir ao Vila Lobos andar de patins, naquele geeelo invernal de um domingo de manhã.Como eu sabia que não tinha escolha, meu relóginho da insônia despertou bem cedo, e eu já me preparei psicologicamente. Melhor assim, do que como fora outras vezes, que eu era literalmente arrancada da cama e arrastada para o parque.Ingenuidade minha achar que todo mundo ia acordar cedo depois de ter virado a noite em alguma balada né?Mandei uma mensagem dizendo que se demorassem eu desistia.Voltei pra cama decidida a não sair mais dela até segunda a tarde. E dormi.

O celular tocou algumas vezes com pedidos de desculpas vindos do outro lado e planos para a noite, e eu respondia a tudo sem empolgação alguma criando subterfúgios variados.Até que meu namorado me ligou com a notícia do ano (porque não?), pulei da cama e corri pegar o notebook, na mais incrível e visível empolgação.Assim como ele, ainda é difícil pra mim acreditar que uma pessoa que mal nos conhece possa nos dar tanto crédito e confiança para um trabalho tão legal.E o melhor, tudo isso ter caído no meu colo, sem eu ao menos procurar. Como se a sorte voltasse a sorrir pra mim!Talvez isso seja resultado de meu esforço e empenho em tudo que eu me proponho a fazer.Deus resolveu me mandar um presentinho bom :)

Tentei prender aquela sensação com toda força que eu tinha, brigando comigo mesma, em guerra com a apatia. Pra fazer perdurar sentimentos que eu não tinha há tempos,e me dar gás pra essa nova jornada.O resultado disso tudo, foi muito positivo para o meu dia. No vai ou racha decidi sair com os amigos para comemorar, não só a conquista, mas o meu estado de espírito raro. Comemoração essa que seria bem discreta, ou melhor, secreta. Um vez que meus amigos ali presentes, não entenderiam a essência, os motivos. E por fim acabariam me fazendo sentir como se não fosse nada demais. E não por maldade ou displicência. Apenas por serem de outra, digamos, órbita que raramente sincroniza com a minha. É difícil explicar. São diferentes. Mas muito queridos por mim. Porque antes de muitas coisas, aprendi a viver com as diferenças e dar valor a elas.

Decidimos ir para a Serra comer fondue e tomar vinho. O clima pedia de joelhos que fizéssemos isso hahaAtrasos e atrasos depois, fomos rumo a um dos lugares mais gostosos dessa megalópole.O mais divertido foi ter um mapa, e dirigir como se estivéssemos numa caça ao tesouro. Todo mundo na mesma sintonia e descontração, tentando decifrar as coordenadas haha Sobe, desce,faz piada, vira, volta, faz piada, esquece a lombada bate a cuca e faz piada.Eis que chegamos num lugar ermo, com uma construção suntuosa, luzes apagadas. Do lado de fora só podíamos ver luzes de castiçais do lado de dentro. Na entrada ao falarmos ouvia-se o eco ressoando lá dentro. Ficamos com medo e hesitamos em entrar. Até que surgiu um garçom com cara que estava dormindo, a voz rouca e o desinteresse nítido.Entramos e constatamos que não havia outro ser naquele local que não o garçom. O restaurante por dentro era muito aconchegante e bonito, dotado de uma bela estrutura provinciana, cheio de velas espalhadas pelo salão, uma enorme lareira ao centro como atração principal e uma música ambiente suave. A única vantagem do lugar estar vazio foi que podemos escolher a melhor mesa, perto da enorme parede de vidro com a melhor vista da região. Mas, todo o ambiente vazio tinha um atmosfera sutilmente macabra, o qeu nos fez , na primeira oportunidade, zarpar dali.

Escolhemos ir à um rodízio de fondue que tínhamos avistado na estrada quilômetros antes desse lugar.Novamente descemos num estacionamento vazio, mas a segurança de permanecer lá era maior, já que o restaurante era bem localizado, e tinha um ponto muito bom que identificamos logo, o local permitia uma saída de fuga hahahaAntes de entrarmos fizemos inúmera piadinhas com o lugar parecer uma discoteca GLS muito da grã-fina. Porque de fora podíamos ver a pista de dança, os lasers e o globo espelhado.Entramos e fomos super bem recebidos por um maitre chileno. Novamente escolhemos a melhor mesa do local, em frente a lareira e com a melhor vista. E ficamos mais tranqüilos quando vimos mais pessoas chegando.Logo vi que íamos gastar um booom dinheiro. Mas parecia que ia valer a pena. Pedimos o rodízio de fondue de queijo e de chocolate por um preço absurdo por pessoa.Quando chegaram os réchaud de fondue e todas as tábuas de carnes, patês e pães, ficamos desconcertados com tamanha quantidade de comida que mal cabia em nossas 3 mesas.Meu amigo pediu um vinho e após servido começou a comilança divertida. No final estamos extenuados de tanto comer e fomos nos arrastando para o carro.

Vim o caminho todo já naquela ansiedade e preocupação com o trabalho que eu ainda não tinha feito e deveria entregar ao meu “ editor”?(ainda não sei como chamá-lo) naquela noite.Porque tudo agora tem que ser pá-pum e em inglês. Detalhe que tem me consumido de preocupação. Mas eu tenho deixado a auto-confiança ganhar.

Cheguei em casa, subi para o meu inabitado quarto e pus-me a pesquisar e ter idéias. Em meia hora o meu namorado chegou e notou que eu já havia começado a esquentar a cama para ele. Pois é, eu não uso mais meu quarto, nem quando ele não está. Ele tomou conta.Começamos a traduzir tudo numa batalha em vão. Porque o sono e o cansaço nos dominava. Como eu na verdade, não tinha prazos exigidos, e sim sugeridos, decidi entregar tudo na segunda.

E assim foi, segunda a tarde minha entrevista já estava na caixa de entrada da assessoria de imprensa e os pormenores decididos com o “editor”, assim como novas idéias maravilhosas e novas perspectivas criadas para mim.Mas no fundo eu ainda me sentia angustiada e com aquela dor de cabeça latejante. Me entreguei a cama e não fui para a faculdade. Dormi até terça de manhã.

Acordei cedo, e fui tomar banho. Nos meus devaneios durante o banho fui acometida por uma sensação terrível, quase como uma premonição sem destinatário e data, tentei me acalmar, conversei com Deus e fui para minha consulta com a nefrologista. Peguei os resultados de alguns exames, e curiosa que sou, constatei as alterações negativas antes de entrar no consultório.Estava indignada com o resultado, e prestes a pedir para refazer os exames. Mas no fundo eu sabia que estava tudo certo.Mais exames me foram pedidos, mais remédios prescrevidos e mais uma certeza de que minha genética é horrível.

Mas a sensação ruim não pertencia a isso, não era por causa disso.Depois de uma horinha marcando os exames e fazendo compras na farmácia, fui para casa.

Me arrumei para a faculdade e angustiada e atrasada sai de casa.Havia em esquecido o quanto a ociosidade dentro de um ônibus por horas era tão entediante e sufocante.Me foquei em ler meu livro, com aquela avidez que somente essa saga me deu.

No fundo me sentia feliz por ir para a universidade (porque toda vez que eu falo faculdade lá, todo mundo me corrige), eu gosto das minhas aulas. Mas aquele medo que o último semestre deixou, ainda estava aqui. Não pelas matérias, mas pelas pessoas, amigos, ex- amigos, colegas e desconhecidos que só a sombra de seus julgamentos já me incomodavam.

Após mais de 1 hora dentro do ônibus, e o trânsito visível por toda a Brigadeiro Luiz Antônio, eu comecei a passar mal. Estava sufocada, nauseada e em pânico.Tentei minhas técnicas de respiração, mentalmente eu conversava comigo mesma para me acalmar, cheguei a brigar mentalmente também. Pensei em descer do ônibus centenas de vezes, mas o frio do lado de fora me dava mais medo.Eu sabia que um dia eu teria que lutar contra isso, a satisfação de ir a universidade e aprender tinha que ser maior.

Logo que desci do ônibus encontrei uma amiga, mais uma que havia tomado chá de sumiço nas férias, e fiquei se saber como cumprimentá-la, sem jeito.Até que tudo ficou claro com seu sorriso, e nem parecia que o tempo e os julgamentos errados haviam passado e acontecido. Fomos tagarelando até a sala, onde já havia começado a aula.Eu odeio, e hoje mais ainda, chegar atrasada e ter para a mim toda a atenção da sala quando entro e tomo meu lugar, ou procuro por um. É como se eu sentisse raios lasers me cortando, mesmo que uma pequenérrima parcela daquela sala realmente não goste de mim. Na verdade é tudo fruto da minha síndrome de perseguição.

Me dirigi ao fundo, e percebi que minhas “amigas” não me sorriam, estavam centradas na aula, como hipnotizadas enquanto a professora falava. E é claro, eu sabia, ou apenas sentia, que era aquela reação instintiva que temos em disfarçar fingindo prestar muita atenção em alguma coisa fora da rota da pessoa que nos incomoda ou nos faz sentir inseguros, apenas para não cumprimentá-la ou evitar reações adversas a que realmente queremos transmitir.Então descontente eu sentei na fileira a frente delas e fingi também prestar atenção na aula. Mas as minhas mãos suavam e meus pensamentos confusos estavam inquietos.Tentei algumas vezes me comunicar, falar algo irrelevante pra puxar assunto, mas nada surtiu efeito. Recebi respostas monossilábicas e sorrisos desencorajadores.

Antes do intervalo pude constatar que a professora era mais uma bruxa para a coleção, troquei algumas farpas com ela, e fui para o meu cafezinho com a coordenação.Fui a primeira a chegar, enrolei na recepção fingindo prestar atenção ao quadro de avisos, apenas para não ser a primeira e solitária na bancada do CTHG.Quando mais pessoas chegaram, fui procurar um lugar. Deparei-me com 3 meninas da minha sala, que me receberam super bem, sentamos juntas na primeira fileira, de cara para os coordenadores.A reunião, como sempre, foi produtiva e animada, com poucas mas boas mentes pensantes.É triste ver, que poucos discentes se interessam por assuntos e iniciativas a respeito de sua área de atuação e estudos.

Fui correndo para meu prédio junto com uma colega, estávamos atrasadas e a professora já havia alertado que não aceitava atrasos.Passamos por um ex- amigo meu, e ela deu um jeito de me perguntar, tentando disfarçar a curiosidade, se eu ainda falava com ele, e eu menti para evitar questionamentos constrangedores.De fato ao chegar na sala, a professora já havia passado a lista de presença, o que em fez discutir com ela no final da aula.Ao decorrer da aula consegui me aproximar mais das meninas, e perceber que a coisa não está tão ruim quanto esperava.Saí feliz, e nas companhia das minhas loiras. Fomos conversando até o ponto.

E depois disso, veio o furacão, e esse eu conto depois!

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